O município de Itagi, localizado no estado da Bahia, tem sua origem marcada pela coragem de homens que desbravaram o sertão em busca de novas oportunidades. O nome Itagi, de origem tupi, significa “água do rio” ou “água corrente”, um reflexo direto da abundância hídrica que caracterizou a região desde os seus primeiros registros.

No final do século XIX, um homem chamado Apolinário Libório Gomes, natural de Maracás, migrou para uma área próxima ao que hoje conhecemos como Itagi. Na época, ele residia no local conhecido como Km 4 (atualmente parte de Jequié). Ao chegar à região, encantou-se com a fartura de água e com as terras férteis. Sem recursos financeiros, fixou moradia de maneira simples, abrigando-se debaixo de uma pedra na área hoje chamada Frebonia. Alimentava-se de frutas nativas e da caça local.

Reconhecendo o potencial da terra, Apolinário retornou à caatinga para buscar sua família. Um de seus filhos, Bartolomeu Gomes Marciel, iniciou as primeiras roças na região e acabou dando origem à tradicional família Lameu, apelido derivado de seu nome.

Alguns anos depois, Apolinário retornou às terras que havia desbravado e percebeu o progresso: estradas rústicas, novas moradias e o cultivo da mandioca já faziam parte do cenário. Próximo à antiga Fazenda Jatobá, localizava-se a Fazenda Rio das Pedras, mais tarde chamada de Fazenda Itagi, denominação atribuída por Teodoro Sampaio.

A propriedade passou por diferentes donos até ser adquirida pela firma comercial Magalhães & Cia, consolidando o nome Itagi e impulsionando o crescimento da localidade. Com o passar dos anos, Itagi foi elevada à categoria de vila, integrando inicialmente o município de Jequié, até conquistar sua emancipação política.

Hoje, Itagi é símbolo de resistência, trabalho e respeito às suas origens. Seu nome e sua história continuam vivos na memória de seu povo e no desenvolvimento de uma cidade que honra suas raízes.